Alex Araripe na Z42

Alex Araripe na Z42

Os cinco salões da galeria Z42 Arte Contemporânea serão ocupados pela individual de estreia de Alex Araripe, entre os dias 9 e fevereiro e 22 de março no Cosme Velho. A casa de arquitetura eclética tem projeto assinado por Ivan Pascarelli e iluminação de Rogério Emerson. Um lugar convidativo que abriga atualmente exposições, workshops, cursos e ateliês de artistas residentes.

Organizar a mostra nesse espaço amplo foi um desafio partilhado entre o artista e a curadora Gabriela Caspary. Araripe vinha tentando estabelecer práticas e métodos para desenvolver algum tipo de controle sobre o tempo e a organização do seu processo produtivo. Nessas tentativas, percebeu que “o próprio trabalho acaba por estabelecer seu próprio tempo. Sendo esse um excitante  embate entre potência do trabalho e maturidade da prática”. Em vivência quase diária no ateliê, Araripe apresenta ao público na Z42, linhas de pesquisa amadurecidas cultivadas ao longo dos últimos dez anos.

Diretor de fotografia e editor de imagens em cinema, televisão e publicidade desde os anos 90, Araripe pesquisa artisticamente a linguagem audiovisual há dez anos. Ao lidar com dispositivos ópticos como ferramenta diária de trabalho, o artista constrói com a imaginação, a partir da luz, um exercício de instigação que transborda para dentro de suas memórias e das derivas pelo tempo e espaço.

Araripe comenta a fundamental participação da curadora durante a elaboração do projeto. Segundo o artista, “no período de convivência com a Gabriela Caspary, a presença da fotografia e a inquietude em ressignificar imagens, construindo e desconstruindo narrativas são marcas pulsantes”. A dupla se conhece há tempos e, em setembro do ano passado, deram início ao desafio curatorial.
 
“Fiquei impressionada com o tamanho da produção dele. Então decidimos que estava na hora de colocar essa produção pro mundo”, lembra Caspary, se referindo à primeira visita ao atelier de Araripe. Diante de um amplo leque de possibilidades, a curadora organizou para a exposição três  linhas conceituais: ‘Quase Memória’, ‘Radial Oeste’ e ‘Deriva’.

A linguagem audiovisual está presente em boa parte da produção do artista que na mostra abarca obras feitas entre 2010 e 2019. A curadora comenta que “há narrativas por trás dos trabalhos. Em ´Radial Oeste´, por exemplo, a montagem das imagens pode ser entendida como um plano de sequência ou um story board”. A mostra conta ainda com instalação, fotografia e assemblage. Nos percursos de Araripe, a coleta, os afetos, impressões e objetos perdidos atestam que imaginar é também arquitetar memórias.

A Z42 Arte Contemporânea fica na rua Filinto de Almeida, 42 – Cosme Velho | RJ. A entrada é gratuita, com visitação até 22 de março, de segunda a sexta das 13 às 18h. A abertura acontece neste sábado, 9 de fevereiro, às 19h.



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